Justiça do Trabalho de São Paulo é formada majoritariamente por mulheres

Em uma época em que as oportunidades e a valorização do trabalho da mulher despontam como questão prioritária em diversas áreas e ramos de atividade, verifica-se a mesma necessidade no Poder Judiciário. Estudo elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aponta que a composição dos tribunais brasileiros ainda é predominantemente masculina. Na Justiça do Trabalho de São Paulo (2ª Região), no entanto, esse quadro já se alterou.

Levantamentos recentes do setor de estatística do TRT da 2ª Região demonstram que 53,1% do total de servidores e magistrados que atuam na Casa é de mulheres. Do total de desembargadores, 53,8% são mulheres; entre os juízes, 59,2% são mulheres; e, no quadro de servidores, as mulheres também são maioria: 52,5%. Em todos os casos, portanto, superam o total de homens. Inclusive nos cargos de liderança do Regional, onde 51,3% são mulheres. Esse quadro, porém, ainda é exceção.

Com o objetivo de reduzir a discrepância entre o número de magistrados e magistradas em exercício, o CNJ editou a Resolução nº 255/2018, que instituiu a Política Nacional de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário. Como consequência, elaborou também o relatório Diagnóstico da participação feminina no Poder Judiciário, com dados de 76% dos tribunais brasileiros num período de dez anos (de 1º/1/2009 a 31/12/2018), em que apurou que os órgãos do Judiciário são majoritariamente masculinos.

Para além de políticas institucionais de incentivo, mulheres sempre estiveram presentes no Judiciário, ocupando posições de destaque por sua competência, que independe de gênero. No início deste ano, tomou posse como presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) a ministra Maria Cristina Peduzzi, primeira mulher a presidir a corte superior trabalhista. Entre os tribunais regionais do trabalho (TRTs), figuram como presidentes 11 desembargadoras num total de 24 regionais.

Inclusive, a presidente deste Tribunal, desembargadora Rilma Hemetério, será homenageada no próximo dia 20 na Câmara Municipal de São Paulo, no quesito “Mulher de Destaque 2020”.

Histórias peculiares de uma servidora aposentada

O Memórias Narradas é um projeto do Centro de Memória do TRT-2, setor criado com o objetivo de pesquisar e divulgar a memória da instituição. Além dos vídeos publicados no YouTube, há disponível um texto que conta os bastidores da entrevista, com fotos antigas e mais passagens sobre a vida e atuação profissional da pessoa entrevistada.

Em seu mais recente episódio, a servidora aposentada Dayse Conrado Bacchi, conhecida por seus colegas como “a Baronesa”, conta ter sido a única mulher em seu círculo social que decidiu trabalhar. Ela atuou no TRT-2 entre 1958 e 1987, tendo encerrado sua carreira como diretora do Serviço de Certidões, Traslados e Arquivo Geral.

Neste vídeo de 12 minutos, com entrevista gravada em maio de 2019, Dayse relembra desde sua entrada na Justiça do Trabalho até o momento de sua aposentadoria. Conta sobre as tarefas que desempenhava, sobre seus colegas de trabalho, além das modificações ocorridas ao longo do tempo, entre outras lembranças.

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