Seminário sobre diversidades teve debates e reflexões em prol da igualdade

Representatividade é importante. Pensando nisso, a Escola Judicial e a Equipe de Igualdade e Diversidade do TRT-2 promoveram o seminário “1º Dia da Diversidade”, com diversos palestrantes que discutiram questões importantes sobre o tema. A cerimônia reuniu magistrados, servidores, membros do Ministério Público do Trabalho (MPT) e público externo, e foi realizada no último dia 29/11 no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na capital paulista. (Confira, ao final da matéria, o álbum de fotos.)

O evento promoveu a reflexão aberta de pontos sobre a temática. Palestras sobre diversidade etária, religiosa, LGBT, étnico-racial e pessoas com deficiência (PCD) fomentaram reflexões e debates como caminho para a promoção da igualdade. Confira aqui a programação completa com os nomes dos participantes.


Na foto acima, componentes da mesa de abertura

A juíza do trabalho Patrícia Almeida Ramos iniciou o evento lembrando que desigualdade e medo se perpetuam entre as gerações de modo sistêmico e estrutural. Todavia, algo está para mudar. Na luta contra a discriminação, surgem vozes que buscam promover o debate como ponte para a consagração da igualdade de condições e oportunidades.

Tema pouco debatido, a diversidade etária é uma questão que merece destaque. Para Mórris Litvak Junior, fundador da MaturiJobs, plataforma que reúne oportunidades de empregos para pessoas com mais de 50 anos, estamos vivenciando a revolução da longevidade, que é ainda mais intensa no Brasil. É preciso haver um equilíbrio de gerações, pois jovens e pessoas mais velhas têm qualidades que se complementam. Valorizar a diversidade é importante e produtivo para as empresas.

O aumento da performance empresarial por meio da inclusão também foi discutido durante a palestra sobre LGBT. Gabriela Augusto de Santana distribuiu o manual “empresa de respeito” durante o evento, mesmo material que distribui e explica pessoalmente nas empresas em que visita. A intenção de Gabriela é ensinar sobre diversidade, explicando as formas de tratamento das pessoas, o que é produtivo para toda a sociedade.

A professora Elisa Lucas também enfatizou a importância de as empresas estarem voltadas para a questão e “entender que diversidade é um ganho para o Brasil”. Cláudia Patrícia de Luna Silva, tratando da temática étnico-racial, demonstrou que os legados das desigualdades são facilmente constatados por meio de dados e estatísticas. “Os negros representam 55,6% da população e não estão representados nos espaços de poder”. Dados mostraram que ambientes corporativos são formados em geral por homens brancos, heterossexuais e jovens. A discussão aponta que a discriminação reflete a dificuldade das corporações em acatar a diversidade.


Na imagem acima, participantes da palestra sobre diversidade PCD

A inclusão da pessoa com deficiência também foi tema de discussão. Legislação, cotas e enfrentamentos vivenciados foram suscitados. “Não se pode dizer a uma pessoa com deficiência o que ela é ou não capaz de fazer. Ela consegue identificar quais são os seus talentos e deve ter oportunidade de os expressar”, destacou a procuradora do trabalho Adriane Reis de Araújo, lembrando que é preciso exigir o cumprimento das cotas para PCD nas empresas.

No tocante à questão da diversidade religiosa, as palestrantes lembraram que liberdade religiosa é direito fundamental, e o Estado laico, em vigência há 28 anos, tem dever de garantir a liberdade religiosa. Religião é assunto pessoal. Ao Estado, cabe respeitar as escolhas individuais.

A intolerância religiosa é mais perceptível com religiões de origem africana. Para a antropóloga Angela Peres, trata-se da demonização do outro como estratégia de guerra e poder. Para mudar esse cenário, é preciso descolonizar o modo de pensar, assim como descolonizar o olhar do outro. É preciso ampliar conceitos e estabelecer pontes.

Todos concordaram com a necessidade da cultura do respeito. É dever de todos colaborar na construção de uma sociedade onde respeito e empatia imperem, pois, como dizia Clarice Lispector, “o que você é, ninguém pode ser”.    


Clique acima para ver o álbum de fotos

Texto: Larissa Martins de Queiroz; Fotos: Luciano Meletti – Secom/TRT-2

 

 

 

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